quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Era uma vez ...

... um comprimido de dores de garganta, que nesta altura do ano, começava o seu emprego sazonal de limpar as porcarias de dentro das gargantas alheias, podemos imaginá-lo como um canalizador de condutas humanas, e não só a semelhança se fazia pelo trabalho realizado, mas também pelo preço do serviço (exorbitante como é costume), no entanto a semelhança não se fica por aqui. Todos reconhecemos um canalizador como um símbolo sexual que entra em qualquer filme pornográfico, normalmente acompanhado por um homem do leite ou carteiro, mas sem dúvida que o canalizador é mais importante neste género de produções fílmicas.

Tudo isto para dizer que quando o senhor comprimido, que se chamava Santiago - curioso nome - tinha como emprego limpar as gargantas e fazer uns servicinhos extra, quando estes eram solicitados pelos clientes (de ambos os sexos), a única coisa que o atormentava era o facto da gonorreia, que se arriscava a apanhar caso não tivesse cuidado, pois, estando ele a limpar tão conspurcadas canalizações e ainda por cima a fazer serviços potencialmente tão perigosos no que respeita a infecções.

Todo bonitão, não é?

O que o senhor Santiago arranjou foi uma espécie de preservativo, só que em vez de o colocar no seu órgão genital de comprimido, ele via-se obrigado a vestir-se com o preservativo, protegendo assim todo o seu corpo de bichos microscópicos e outras coisas esquisitas.

Um dia quando acabou de limpar os resíduos de um senhor, tais como amígdalas com pus branco e um pedaços consideráveis de escarro, este deu a entender que estaria interessado em qualquer coisa para além de lhe limparem os tubos, nesse momento o nosso comprimido saltou-lhe para a boca e começou a fazer a sua magia, o homem em êxtase, começou a acariciar-se (belo eufemismo este) e num auge de clímax o homem sem querer engoliu. Claro que não me estou a referir ao fluido que Santiago produziu no decorrer da esfregadela com a amígdala esquerda, mas sim do próprio Santiago, que foi para ao Estômago do homem desconhecido.


Santiago que era um profissional jovem, mas com muita experiência, andava sempre precavido, e por isso desembainhou uma espada em miniatura (um alfinete) e com ele começou a atacar as paredes que o tentavam engolir, espetou, espetou, voltou e espetar e nesta espetadeira toda, ele alcançou o que pretendia, um orifício suficiente para conseguir sair daquela sala de pânico.

Cá fora, mas ainda dentro do homem, apanhou a A5 lá do sítio e começou o seu caminho até chegar ao fígado; lá chegado, iniciou a técnica de emergência que se aprende na escola de comprimidos para as gargantas, e apertou com toda a sua força a vesícula do senhor engolidor, de tempos a tempos dava mais uma apertadela, pois sabia que com estas dores insuportáveis o homem que o engolira havia de ir a um médico para o tirarem cá para fora.

Ele foi, lá lhe abriram a barriga, descobriram que o orifício se transformou numa úlcera de estômago e que as lesões no fígado eram irreparáveis, Santiago foi salvo e voltou à sua vida de canalizador depois de uma semana de interrupção.

Moral da História: eu tenho um carro vermelho, não comas comprimidos para a garganta que eles são umas bestas destruidoras de órgão e protege-te sempre que tiveres relações sexuais e não te reduzas unicamente ao teu órgão sexual, todo o corpo está em risco, por isso mais vale vestires uma gabardina.

2 comentários:

Sad Tear disse...

muito boas as tuas respostas...fizeram-me rir bastante!! :) isso é que é boa disposição!

ana disse...

Gostei :D... uma historinha para rir!E COM uma comparação muito boa!